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sábado, 13 de maio de 2017

Dia das Mães

 Pouco mais de três anos se passaram desde o desencarne de meus dois filhos. Oito meses depois, fui abençoada com um lindo presente que me trouxe a paz que eu precisava tanto. Uma carta psicografada pela Asseama trazia lindas notícias de Cleo e Faruk. 


Apesar da saudade, que ainda machuca, a dor da perda seria substituída por uma profunda sensação de dever cumprido. Como me foi dito pela espiritualidade naquele momento, eu fui mãe e pronto. Entreguei minha alma e fui a melhor mãe que poderia ser. Ninguém pode me tirar isso.

Os seres de luz reconheceram meu trabalho mais valioso, talvez o mais importante que eu vá realizar nessa existência, porém, os humanos a meu redor, ainda não estão prontos para tanto.

E essa falta de reconhecimento é que dói tanto nessa data, muito mais do que a saudade, muito mais do que as lembranças dos piores momentos em que presenciei o sofrimento daqueles que mais amei. 

Dezenove anos sem nunca ter escutado um simples e merecido “Feliz dia das Mães, Maya”.

Todo ano eu sinto essa dor em forma de luto. Por que eu venci como mãe, mas as pessoas que deveriam ser importantes na minha vida, parecem só enxergar os momentos em que falhei.
Foi por isso, que resolvi compartilhar com o mundo, esse tesouro que venho guardando a sete chaves por tanto tempo. Quem sabe assim, eu me curo de vez dessa carência de gente... Quem sabe eu consiga ser enfim, o que sou na essência, diferente, menos gente e mais luz...

Eu sei que dificilmente alguém vai ter interesse em ler a carta e se lerem, as chances são grandes de não entenderem o seu significado e valor. Mas, farei isso por mim! E por todas as outras mães invisíveis desse planeta...

Gostaria de agradecer a minha própria mãe, Celeste Teixeira, pois apesar de também não compreender bem, ainda assim conseguiu enxergar o valor da minha obra. Te amo muito!


























domingo, 5 de março de 2017

Saudades dos meus pequenos...



27/07/2014
Eu, Pablito ...

Eu era miudinho quando caí do ninho, mas por sorte você ia passando pelo caminho. Nem sabia voar, quase não tinha penas, bicudinho apenas... 

Mamãe me resgatou e me levou pra sua casa, num saquinho de pão de queijo. 

No começo eu não comia, não bebia e sentia frio, mas ela me esquentou, me deu comida e água no bico. 

Também tinha a vovó, que ajudou a cuidar de mim. Então apareceu o tio Pablo, outro anjo, que sabia tudo e as instruiu sobre o que fazer. 

Eu fui crescendo, enchendo de penas e ganhando peso, aprendi a me alimentar sozinho e já não tinha mais frio como antes. 
 
Em menos de um mês, comecei a ensaiar uns voos na varanda e então, mamãe entendeu que era hora de eu partir. 
Deveria voltar para minha própria casa, e conhecer outras rolinhas. 

Em breve serei adulto e terei minha própria família e quem sabe eu volto pra ver aqueles anjos que me ensinaram a ser eu... Pablito, a rolinha.



M.

sábado, 26 de novembro de 2016

O bem mais precioso



Muitas pessoas se manifestaram sobre a dor de perder um filho. É sem sombra de dúvida a maior e pior dor que corpo e mente podem suportar.
A alma sangra em enxurrada, o peito parece ser dilacerado por mil navalhas em brasa a cortar a carne lentamente, como se algo ou alguém quisesse saborear o momento em câmera lenta. As entranhas se contorcem, o ar fica denso e você não consegue mais respirar... Vontade de gritar pra sempre, pra ver se alcança o menino e o trás de volta pra junto de si... Mas nessa hora você engole o grito, a dor, se segura pra não cair de si mesma e faz o que uma boa mãe tem que fazer. Aguenta firme, enquanto sente as partes do seu corpo sendo arrancadas sem anestesia.
Foi assim que eu me senti quando meu filho deixou seu corpinho e voou pra sua nova morada. Eu sabia que tinha que deixá-lo ir e chorei baixinho, por um longo tempo, pra que ele não se prendesse ao meu sofrimento. O momento era dele, só dele e eu não poderia fazer nada que lhe tirasse a paz.
Mas acredito que seja diferente pra cada mãe, dependendo da forma como ocorre e principalmente de como a pessoa lida com a perda e com suas crenças pessoais.
Saber que a morte é apenas um intervalo, longo e doloroso, mas ainda assim, somente isso, ajuda muito a lidar com a necessidade de ter que se separar do maior amor de sua vida.

A vida na terra pode ser muito cruel, mas tento encará-la como férias prolongadas que um dia terão um fim. O reencontro é certo e será ainda mais doce do que todos os dias e alegrias que meu filho me proporcionou.
Faruk foi e sempre será minha melhor metade, minha alma gêmea. Estaremos sempre juntos, independente da forma que nossos corpos tomem.
Um ser de muita luz, de muito amor e pureza plena. Moldado à imagem da perfeição.
E eu, a mais abençoada das criaturas, por ter tido a honra de recebê-lo e criá-lo, mesmo não tendo nascido de mim e sendo de outra espécie.
Ainda são poucos os seres humanos que conseguem perceber outras espécies como seus irmãos e iguais. Assim como tantos outros preconceitos que giram em torno de nossas vidas constantemente, esse é só mais um. E como todo preconceito, nasce e se fortalece, a partir de algo diferente e desconhecido. Mas em nome de todos às vezes em que fomos discriminados por sermos aparentemente diferentes é que digo, gostaria de poder doar aos meus irmãos humanos, as bênçãos que recebi... 

Acreditem, perante o cosmos, somos apenas um.


M.

O Sonho mais Lindo (Setembro, 2016)



Vou dormir pensando em ti
Saudades do teu sorriso, teu olhar, das nossas brincadeiras
A memória do teu cheirinho, da tua risada
De repente, te sinto comigo
Roçando a cabeça em minhas mãos
Pedindo carinho
Dizendo com os olhos o quanto me ama
Você sempre querendo correr e eu tão cansada
Você agora é de novo um menino
E eu sinto o peso de 100 anos no corpo
Mas nos sonhos, volto no tempo só pra poder te ver feliz
Penduro teu retrato em minhas paredes
Eternizo teu rosto em minha memória
Absorvo teu perfume pra que nunca mais me deixe
Meu filho
Meu amor
Minha vida...

M.