Mostrando postagens com marcador The Fenix within. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador The Fenix within. Mostrar todas as postagens

domingo, 16 de março de 2025

O lobo, o leão e a águia...

 Eu vi um filme sobre um lobo e um leão que cresceram juntos. Me trouxe lembranças daquele tempo, quando eu era mãe. Doces lembranças dos pequenos que criei, daqueles que salvei, de todo amor doado e igualmente recebido. Mas vieram também as lembranças dos dias mais duros, quando tive que ser forte pra muito além do que achava possível. Da despedida sofrida, a dor da partida daqueles que deram um sentido a minha vida por bons anos. Segurar os filhos nos braços, quando suas almas deixavam seus corpos... Sim, não há dor maior, mas ao mesmo tempo, eu sabia que tinha que ser assim. E por amor, engoli o choro e todo aquele turbilhão de emoções pois naquele momento, eram eles que precisavam de mim. Minhas jóias mais raras, aqueles a quem dediquei meu melhor, meu tudo. Eu precisava estar inteira pra eles, por eles. E assim foi.
Muitos anos se passaram. Eu não me permiti sofrer.  Eu precisava estar em paz, pra que seguissem seus caminhos. Hoje, talvez pela primeira vez, eu tenha sentido a dor que segurei durante tantos anos, trancada no porão da minha alma pra que meus filhos nunca sentissem o que eu sentiria.
E por amor, eu me permiti sentir. Porão lavado, com lágrimas antigas... Quase secas pelos anos vividos sem propósito. Mas dessa vez, eu chorei. Chorei por eles, chorei por mim.
E agora, nessa nova vida sem laços, sem amores, onde sou e apenas sou, existindo sustentada por um amor de outra ordem, que talvez eu nunca tenha conhecido. Amor por mim. Amor Divino. Amor sublime que me conecta a luz de tudo que é. Começo de novo. A passos infantes, buscando mais uma vez, um norte, um novo propósito. Quem sou eu agora? Ainda não sei. Tudo que sei é que já não caminho só. Pois minha presença é Divina. Divina, presença Eu Sou. E assim me conduzo, ou sou guiada, nesse amor maior... 

Mas quem era a águia? A águia era eu...


M.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Queria te contar...

Queria te contar de ontem. 
Contar que, apesar de ter sido um pouco frustrante, o saldo foi positivo. 
Frustrante sim, mas apenas por essa minha expectativa e desejo profundo de encontrar o amor ainda nessa terra. Esperança essa que parece ser mais forte ainda do que minha própria alma. 
A gente se curtiu muito, foi mútuo, foi recíproco, mas mais uma vez, temos visões muito diferentes do que seja o amor ou do que esperamos em relação a ele. A gente se pegou muito durante um bom tempo... e eu deixei acontecer até o ponto em que senti que não me machucaria. 
Coloquei meu limite e mesmo ele tendo tentado ultrapassa-lo por duas ou três vezes (coisas de momento, quando duas pessoas se encontram juntas e cheias de tesão), consegui fazer do meu não, uma realidade e não aquele não que fica só na boca enquanto o corpo te trai. Daquele ponto não passaríamos, por maior que fosse a vontade. 
E foi por causa desse limite, que hoje não estou me sentindo um lixo como de costume. 
Foi bom, me fez bem ser beijada com paixão, ser tocada como não era a anos.. me sentir desejada e mais importante, não doar algo que me deixasse vazia depois.
Não preciso achar culpados dessa vez. Não houve uso ou abuso. Não tiraram proveito de mim. 
Eu dei apenas aquilo que queria dar e recebi algo em troca na mesma proporção.
Então, apesar de hoje como ontem continuar trilhando meu caminho sozinha, meu coração está intacto pois pela primeira vez, não desfiz de mim mesma para mendigar o afeto de alguém que não quer o mesmo que eu .
 
M.

terça-feira, 25 de junho de 2024

Propósito

 Propósito

Que propósito?

Sabes dizer?

O meu... o nosso...

O coração que clama por Ele mas não O reconhece.

A vontade de existir por algo além das vontades e sonhos.

Servir? Mas a quem? A Deus, aos homens... As causas dantes objetivas... agora, nada parece real.

Vazio existencial. Ah o propósito, qual seria ele então?

Tudo me cerca de vazio, não apenas meu vazio...

O vazio humano, das festas e aparências, o dinheiro insano, Matriz da minha alma!

Ilusão, ilusões... fracassos, tentativas em vão...

Como saber então, se nada mais faz sentido? E será que fez um dia?

Como viver, e fazer sentido de uma vida que tanto poderia ter alcançado?

O suor árduo do trabalho nunca realizado, sobreposto agora pelo cansaço da idade, pelos tempos perdidos em devaneios juvenis.

A boca que não queria se calar, agora se fecha e enche de teias, pois as palavras que a habitavam outrora, hoje, servem apenas a discórdia de Babel.

Eu não sei onde estou, nem se ainda chegarei aonde deveria ir...

Sei apenas que a luz das estrelas do norte, parou de brilhar a muito tempo e a carne, se acostumou a apenas esperar milagres desfeitos pelo tempo.

Dentro de mim, a esperança teima, dizendo não a vontade de desistir totalmente, de tudo. Cansada de procurar respostas que nunca chegaram e talvez... nunca chegarão.

Porém o sangue continua pulsando, há uma vida aqui dentro que não quer cessar, por simples amor a mim mesma e a aquilo que prezo.

A escravidão da matéria, suja minha alma desse lodo humano que invade minhas narinas, invade meu querer... violenta meu espírito impondo seu corpo súcubo, imundo, mais uma vez sobre meu direito de respirar. Direito de ser e não apenas de estar!

São tempos apocalípticos para a Mãe Terra e seus filhos ingratos.

Tempos de separação, o joio e o trigo que não mais podem habitar a mesma esfera.

Porém, o apocalipse interno me impede de estar entre os meus,

De ver com clareza por entre as brumas do meu desespero.

A mente que teima em gritar as palavras e perguntas que a boca não obteve resposta.

As dores do meu castigo, castigo da encarnação...

Se fiz por onde merecer tal retrocesso,

Não sei como merecer a salvação.

 

M.