05 de dezembro, 2021
Os dias se vão... os meses...
Os sentimentos confusos, parece que foi em outra vida, outro tempo.
Mas a dor, o trauma da violência sofrida, ainda queimam meus sentidos como veneno nas veias.
Nunca vou saber o que houve, dentro de ti...
Essa doença vil que lhe consumia a alma, o corpo, a mente... misto de vicio e vazio...
Vazio que nenhum outro ser poderia preencher.
E tentei, como tentei.
Que sentisses orgulho de mim, para que assim, tua vida fizesse sentido.
Louco isso... e hoje percebo. De longe, o quão doente ambas estávamos.
Eu sinto muito mãe.
Sinto muito por ti, por mim, pelo tempo que julgaste perdido, em vão.
Décadas, dor, solidão... Abriste mão de tudo, de si. E por que? Eu não era o problema, nunca fui eu...
Eu era o veiculo para o teu crescimento e jogaste fora... o maior presente... tua própria redenção.
Eu pesava 100 quilos a teu lado, fardo demais pras minhas costas cansadas.
Envelheci junto a ti, a teu sofrimento. E quando pensei não ter mais forças, ressurgi das cinzas para cuidar de mim.
E mais uma vez, me ergo do chão, para lutar por mim mesma e me dar a vida que mereço ter.
Ser a luz que vim trazer ao mundo...
Não vamos voltar duas loucas como disseste antes de morrer.
Eu fiz a minha parte por nós... agora, só me resta, começar a viver.
MRubinger
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