Quem
é ele senão alguém
Que
foi criado como um ser vil
Sem
direitos, sem amor
Ensinado
a lutar com todas as forças
Para
conseguir sobreviver?
Quando
diz “vou te pegar”
Ou
rouba uma carteira
Ou
até mesmo maltrata um animal
Ele
não está sendo mal
Mas
sim refletindo a agressividade de uma sociedade
Que
lhe ensina a estar sempre alerta
E
pronto a atacar a qualquer momento
Mal
e sem escrúpulos é o outro
Que
ávido de poder e cultura
Usa
sua sabedoria e dinheiro
Para
sacrificar esses pobres “animais”
A quem tanto desprezo ostenta
Quando
chama de pivete
Eles
que tiveram coragem
De
deixar que as ruas se enchessem de crianças
Maltrapilhas,
transtornadas de fome e frio
Que
desse mundo só conhecem a dor e a miséria
Não
tenho pena apenas dessas crianças
Mas
acima de tudo
Tenho
muita pena sim
Desses
homens “poderosos”
Que
não conhecem o mais pleno e absoluto dos sentimentos
O
amor ao próximo
E
então, quando vemos esses meninos
Sofrendo
e nos odiando
Tomamos
consciência de que
Estamos
confrontando um ser humano
Que
foi incumbido de desempenhar uma tarefa
Bem
maior do que suas forças lhe permitem
Lutar
pela sua sobrevivência, sem a ajuda de ninguém
Sem
nenhum recurso
Sabendo
que não há possibilidades de vida estável
Fazendo-os
tomar mais desprezo pela minha, pela sua, pelas próprias vidas...
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