sábado, 29 de outubro de 2016

E o nada me devora... (12 de outubro de 2016)



Dizem que a magia da vida está nas pequenas coisas. A beleza nos detalhes, as singelas alegrias.
Mas o que fazer quando são exatamente essas alegrias que lhe faltam?
A palavra amiga, o toque de quem te ama, os momentos de lazer...
Quando cada momento é solidão e a cada detalhe falta brilho e cor.
Ninguém pra dividir a dor e o amor.
O sol, a luz, o verde, a vida... E eu sozinha em meio a tudo, em total desintegração.
Eu não queria estar só, não mais. E agora com o peso dos anos, o vazio me consome de forma quase insuportável.
Castigando meu corpo, mente e alma que doe, se apaga...
Adoecendo-me a cada dia e arrancando, mais um pedaço de mim.
E assim eu me esvaio, pra não sei onde, apenas vou.
Por amigos, tenho meus fantasmas e o papel. E então eu o toco, o sinto e nele a vida se resume, por entre as palavras que escrevo. Meu trabalho, meu descanso, meu alento...
E essas palavras me transportam a um sonho, onde todos podem me ouvir. E então eu divido, de forma incompreensível, uma fagulha do meu existir. 


M.