sábado, 24 de setembro de 2016

Chris (1994)



É tudo tão estranho
Você, eu, não sei ao certo...
E esse amor que se move lentamente aqui dentro
Amor tão difícil, tolo, mas puro
É forte, incerto
E me invade desde um frio nas extremidades dos pés
À um tremor na boca do estômago
Meu corpo se abre para esse sentimento sincero
E me cala
Fazendo as palavras se diluírem num misto de medo e prazer
Talvez inconsciente, mas me olhas de um jeito tão doce...
Não posso evitar o desejo de tê-la nos braços
Te amar, te fazer mulher...
E quando tudo perde o sentido
Se fundindo em meu pensamento
Só posso lembrar-me de ti, a única imagem que não se apaga...
Mas tão distante estás
Que se assemelha a um oásis em meio ao deserto mais quente
É como te vejo
A água que mata minha sede
A sombra que ameniza meu calor
O vento que me afaga os cabelos
Porém nada posso fazer a não ser esperar
Tentando encontrar desesperadamente o caminho deste paraíso
Que cada vez mais longe se encontra
Estou andando em círculos
Preciso voltar, mas não sei o caminho de casa
O perdi no momento em que passei a te amar...
Tento contentar-me com o simples fato de admira-la à distância
Já é o bastante
E a memória me falha, ao voltar a mim e perceber que o tempo passou
E eu só fiz te querer
Assim como um animal faminto deseja sua presa
Mas não ataco, não poderia
Prefiro contrariar a natureza, a me arriscar a te ferir
Não quero que sofras
És boa demais pra isso
Só queria saber porque o destino é tão cruel as vezes...

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